11/10/2010

O Fórum Cultural e suas perspectivas.

QUAL A MINHA CULTURA?
Cultura. Sabemos de fato que imbróglio é esse? Vivemos em uma sociedade que há tempos vem cultuando e desenvolvendo a chamada cultura de massa. Somos guiados, programados e dirigido por meios de comunicação que nos dizem como agir, o que comer, vestir, etc. Adoramos determinado cantor, assistimos filmes, escolhemos produtos para compra graças aos filtros da mídia. Mas a mídia por si só não agrega todas as expressões culturais existentes. Ela aglomera desejos amplos e os conduz, misturando essa gama de produtos e transformando em um padrão único, com sabor artificial e que envolve um número gigantesco de pessoas: a massa. Daí a expressão cultura de massa.
Não é uma manifestação nova, pois remonta as batalhas dos gladiadores no coliseu romano, na chamada política do pão e circo. Na época a idéia era alimentar e entreter a população para manter a mesma sobre controle. Os meios de comunicação só potencializaram essa política.   
Mas a cultura vai muito além disso. Ela trabalha expressões individuais ou de grupos, questões focadas, que muitas vezes estão longe dos grandes holofotes da mídia, mas quando apresentadas atingem a todos, gerando transformações sólidas. A cultura também mantém nossa memória e com isso perpetua nosso conhecimento para conduzir nossas ações presentes e futuras.
No ultimo final de semana Batatais viveu um momento especial com a realização de seu primeiro Fórum Cultural. Um espaço de compartilhar e debater cultura no município. Não foi um evento de público vasto, pois como toda ação cultural o público só se amplia com o habito e o investimento. Mas foi um passo adiante na construção da busca de um caminho cultural para nossa cidade.
Diferente de outras ações de políticas públicas, cultura não se faz somente administrativamente. É necessário plantar a semente e investir arduamente no processo. É uma ação de soma de políticas publicas, multiplicando a vocação da população e a união e abertura humilde para a experiência da troca na classe artística.   
Durante o Fórum Cultural foi sistematizado um documento com base nas discussões que pode ser encontrado no blog na aba manifesto cultural. É apenas um manifesto, mas que carrega em sua essência expectativas e sugestões para potencializar a vivencia cultural no município. Não é apenas uma cobrança de compromissos do poder publico, mas de ações da própria classe artística e do publico em geral que são partes inseparáveis desse processo.
Mas além da relevante discussão cultural o Fórum permitiu fantásticos momentos de troca. A noite do dia 24 contou com apresentações de dança da academia Styllo Livre, mostrando duas gerações pensando na arte com a expressão corporal. As performances de Joice Bento mostraram a contemplação e o drama que pode haver no silencio dentro de uma apresentação. A Cia Nós lá em casa apresentou o casamento entre sonoridade e movimento, demonstrando a experimentação e o experimentar aos participantes. Encerrando a noite o núcleo teatral Evoé colocou em cena no espetáculo Teatrando as questões prementes das artes no município. 
No sábado a noite (25) após os debates culturais no período da tarde foi aberta a exposição das obras de Bassano Vaccarini, que permanece na Estação Cultura por mais alguns dias disponível a visitação e as ações educativas. A abertura da exposição contou com especial emoção com a participação do Sr. Nacime Mansur, homenageado com o título de membro benemérito da Associação Estação Cultural, contando um de seus memoráveis causos. A noite seguiu plena de talento com a apresentação musical do grupo Mamulengo e com a peça teatral O Auto da Barca do Inferno, espetáculo de rua do grupo Athos.
O domingo (26) fechou o evento com a apresentação matinal do Café Concerto com participação da Banda Musical Municipal. Na parte da tarde o ritmo da apresentação deu lugar ao grupo Cangoma de Franca que faz uma releitura de ritmos tradicionais do país, como cirandas, maracatu, congada, etc. O grupo dividiu espaço com o projeto Bailação, que mostrou todo o ritmo de seus participantes, seja na street dance ou nas apresentações dos casais de mestre sala e porta bandeira. No lado externo da Estação Cultura o artista plástico Rodrigo Dalpicolo (R Chov) deu mais colorido a um dos muros do prédio com a realização de um grafite. Para encerrar o evento, roda de capoeira e um delicioso café com a filosofia Slow Food.
Troca, vivência, debate, sugestões, pensar o futuro cultural da cidade. É apenas o início. E que venha o segundo fórum.




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